quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fim da incerteza na Apple


A renúncia de Steve Jobs ao cargo de executivo-chefe da Apple pegou muitos de surpresa. Porém, a decisão era esperada.

A saída marca o fim de uma era, mas também de um período de incerteza. Todos tinham noção de que Jobs sairia do cargo, mas não sabiam quando.

Tim Cook, que já vinha substituindo Jobs desde janeiro deste ano, será o novo executivo-chefe. Desde o começo do ano, quando Jobs anunciou o seu 3º afastamento da empresa devido a problemas de saúde, analistas já indicavam que dificilmente ele voltaria ao dia a dia da Apple.

Logo após o anúncio da renúncia, as ações da empresa caíram 6%.

Contudo, os efeitos da saída prometem ser quase nulos a curto prazo. Jobs permanecerá junto à empresa como presidente do conselho de administração. Além disso, segundo o Wall Street Journal, o cofundador da Apple continuará envolvido com a estratégia de produtos da Apple.

Em entrevista à Bloomberg, Steve Wozniak, cofundador da Apple, lembrou que, assim como as pessoas, a qualidade dos produtos não muda da noite para o dia.
A saída de Jobs é até vista com bons olhos, pois o executivo acabava ofuscando outras pessoas talentosas na Apple, como o próprio Tim Cook e o designer Jonathan Ive.


A certeza mais imediata é que, com a saída de Jobs, vai-se embora o carisma e abre-se o questionamento a respeito do estado de saúde do executivo. A carta de despedida de Jobs tem um caráter melancólico. A impressão é que ele está lutando pela vida.

Ao contrário de Jobs, Cook é lembrado por ter uma personalidade mais fechada, de fala mansa, menos carismático. Um profissional acostumado a trabalhar nos bastidores e munido de muitos dados. Formado em engenharia industrial, o executivo teve um papel fundamental em mudar toda a logística da cadeia de suprimentos da Apple, ao reduzir não somente o tempo de estoque, mas ao aprimorar o relacionamento com fornecedores. O que foi crucial para criar o back-end para a produção e o lançamento de produtos de sucesso da Apple, como o iPhone e o iPad.

Steve Jobs é um dos grandes nomes do revolucionário processo de “softwarização” pelo qual o mundo está passando. Durante o último período como executivo-chefe, foi eleito o empreendedor mais admirado pelas novas gerações que cresceram com a internet.

Jobs tinha uma missão. Em 1996, ele retornou à Apple com a visão de transformar os computadores pessoais em objetos de consumo, em objetos que não fossem utilizados somente por especialistas, mas que pudessem ser tão intuitivos de usar quanto um aparelho de televisão.

Se ele não cumpriu essa missão, pelo menos, quase chegou lá.

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