Historicamente, se você se posiciona no mercado como uma empresa de conteúdo, gera receita por meio de publicidade e/ou assinaturas. Se você se coloca como utilitário de comunicação, a receita se dá via “serviços adicionais” (email por voz, SMS a mais, mais armazenamento etc). É meio difícil, por exemplo, imaginar uma empresa de telefonia (telefones são utilitários de comunicação) inserindo um anúncio no meio de uma conversa telefônica.
No final das contas, as plataformas de redes sociais podem ser duas coisas – plataformas de comunicação e de distribuição de conteúdo. Contudo, elas têm demonstrado que se posicionam melhor no negócio de comunicação do que no de conteúdo.
Em 2007, numa entrevista à TIME, Mark Zuckerberg disse que o Facebook era, antes de tudo, um utiliário.
O futuro estava em reforçar cada vez mais o caráter comunicativo da plataforma de rede social. O Facebook seria mais próximo de uma empresa de telefonia do que qualquer outra coisa.
Ou seja, proporcionaria o mesmo tipo de experiência de um telefone – fornecer uma base tecnológica “neutra” para que as pessoas pudessem se comunicar e se conectar.
Não é à toa que, muitas vezes, no dia a dia, as plataformas de redes sociais substituem os telefonemas.
Quantas vezes você não deixou de fazer uma ligação e preferiu enviar uma mensagem por meio do Facebook, Twitter ou Orkut?
Nesta quarta-feira, o Facebook reforçou mais ainda esse caráter de utilitário de comunicação com o lançamento da integração com o Skype, que permite aos usuários fazer videochamadas.
Segundo Zuckerberg, a parceria já existia há algum tempo e o lançamento não teria qualquer ligação com o Hangouts, do Google+, declaração que não convenceu muito (a parceria com o Skype poderia existir, mas talvez foi apressada devido ao recente lançamento da Google).
Com a parceria, o Skype tem acesso a uma base de 750 milhões de usuários do Facebook. E os usuários do Facebook, por sua vez, ganham mais um formato para se comunicar.
Por essas e outras, a gente vê que o Facebook vem se tornando um importante utilitário de comunicação com diversos formatos, algo que não será nenhuma surpresa se começar a chamar a atenção das empresas de telecom (aliás, a Telefônica já andou comprando plataformas de redes sociais).
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