terça-feira, 10 de agosto de 2010

Web entra na briga por interatividade na TV

A interatividade fez com que a batalha travada entre internet e TV por publicidade passasse de vez para o campo televisivo. Mas a web não ficou atrás e migrou junto para os aparelhos, que agora oferecem cada vez mais serviços voltados à rede, informam Marili Ribeiro e Renato Cruz, do jornal O Estado de S.Paulo.

O telespectador possui duas formas de interação: com o Ginga (software de interatividade para TV aberta) e com a já conhecida internet – desta vez fora do computador. Mas enquanto a web aparece em diversos aparelhos novos, como os da Samsung e LG, o Ginga ainda não decolou por completo, estando presente em apenas dois modelos da LG.

Cada formato possui um tipo de acesso, e os dois atuam com níveis de informação diferenciados. No caso da internet na TV, são parceiros escolhidos pelo fabricante do aparelho que aparecem na telinha. Como a TV ainda não carrega um browser, a navegação é feita por meio de ícones que aparecem na tela.

Já com o Ginga - além da conexão ser diferente, por vir sem cabos – o conteúdo é restrito ao que a emissora escolher transmitir. Geralmente são notícias sobre a própria programação que ficam à disposição do telespectador.

Briga que faz sentido

Nos primeiros cinco meses de 2010, o investimento publicitário em televisão e internet tiveram quase a mesma taxa de crescimento, na comparação com 2009: 34,76% no primeiro meio e 34,05% no segundo. A diferença está no volume de dinheiro que cada mídia levou. Entre janeiro e maio, R$ 6,3 bilhões foram colocados na TV, enquanto a web teve R$ 414,3 milhões, de acordo com dados do Projeto Inter-Meios.

Apesar da disputa acirrada, a gerente da LG, Fernanda Summa, afirmou em entrevista a O Estado de S.Paulo que um não irá tirar mercado do outro. Segundo ela, a TV interativa e a TV com internet são complementares uma da outra. "Os serviços interativos podem aumentar a audiência dos programas de TV", disse.

Mas não é assim que o mercado tem agido. O diretor de Tecnologia da Rede SBT, Roberto Franco, disse ao Estadão que a ideia é "oferecer mais informações, fazendo com que o público não tenha que levantar para conferi-las no computador". Ou seja, o objetivo é não dar campo para o adversário.

Como a migração rumo à interatividade tem sido lenta, por enquanto a TV é quem perde mais. Estima-se que menos de 100 mil televisores possuam a funcionalidade no Brasil – isso em um mercado em que 96% da população possui ao menos um aparelho em casa.

Quanto mais tempo demorar para a interatividade chegar às casas, mais a internet pode roubar da TV um filão invejado pelas outras mídias. Atualmente, o meio abocanha quase 60% de toda verba publicitária brasileira. E, enquanto isso, a web é uma das que mais cresce no setor.

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