domingo, 15 de agosto de 2010

Publicidade brasileira ainda não percebe a internet

A publicidade brasileira ainda não se deu conta do potencial da internet. Essa é uma das conclusões do encontro entre comunicadores internautas nesta quinta-feira (12), promovido pelo IAB Brasil para homenagear os 15 anos da web no país.

Sob moderação de Juca Kfouri, os também jornalistas Marcelo Tas, Fernando Rodrigues, Bob Fernandes e Erika Palomino debateram em São Paulo acerca da velocidade da informação, mas a conversa migrou rapidamente para as possibilidades – às vezes não percebidas – da plataforma aniversariante.

À frente do CQC - Custe o Que custar, Tas comentou o fato de seu programa na Band ainda não usar a web para vender espaços publicitários. Na TV, a atração possui 11 slots (cotas de patrocínio) preenchidos, mais a fila de marcas que gostariam de se vincular a ela. Porém, o espaço disponível no site do CQC é praticamente o mesmo, mas não há anunciantes – pelo menos por enquanto porque, segundo ele, está para entrar um.

“Por que a publicidade está demorando tanto para entender que a coisa não está mudando? Já mudou!”, questionou Tas, antes de comparar a situação do Brasil com a dos ingleses, mercado em que a web ganha mais atenção: “40% do budget (orçamento) de publicidade na Inglaterra já vai para internet”, disse.

A forma com que os anunciantes trabalham com internet no Brasil também foi discutida. Erika, editora de um site sobre moda que leva seu nome, se disse contrária ao modelo geralmente adotado por blogs, em que o próprio autor escreve elogios ao patrocinador. “Não tenho nenhum problema em noticiar meus parceiros”, disse ela, antes de salientar que isso só pode ser feito quando é real. A jornalista - mais favorável aos banners - contou que perdeu um contrato de R$ 500 mil com uma marca de cerveja depois de criticar uma festa promovida pela anunciante.

Conteúdo pago

Erika também ressaltou o quanto pode ser complicado escrever para web. O sistema de cobrança, adotado por diversos jornais como saída à queda nas vendas do impresso, precisa ser bem avaliado, em sua opinião. “Se eu cobrasse, meu leitor ia procurar informações em sites que ‘cozinham’ notícias”, disse, em referência aos portais que só republicam conteúdo.

Autor do blog “UOL Política”, Fernando Rodrigues opinou que os modelos atuais podem não ser definitivos e lembrou que “há cerca de 2 anos” duvidava-se do sistema de pagamento por conteúdo, que “agora é uma realidade”. Ele comentou o movimento de grandes publicações como The New York Times e sentenciou: “a estrada correta é experimentar”.

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