Chegou a vez de São Paulo no Google Street View. A empresa concluiu no início deste ano o trabalho de fotografar toda a cidade. As imagens, tiradas em menos de um semestre, serão usadas em uma das ferramentas mais polêmicas da gigante de buscas, que mostra localidades em 360º.
Anda não há prazo para que o Street View seja disponibilizado, mas o diretor de Comunicação do Google, Felix Ximenes, disse que ele terá uma série de usos: "as pessoas podem olhar um local antes de alugar um imóvel, ver se a localização de um hotel é boa ou ruim e até fazer um tour virtual pelos pontos turísticos de uma cidade sem ter de sair de casa."
Na segunda-feira (25), o Google Discovery publicou um post dizendo ter acessado o serviço através do iPhone, mas a empresa, segundo o blog, bloqueou o acesso em pouco tempo.
Produção
Para a produção das fotografias, 30 carros percorreram cerca de 17 mil km pela cidade. Os veículos – da Fiat – foram equipados com nove câmeras que filmaram ruas e avenidas em 90º e 360º. Para associar essas imagens aos locais, foi usado um sistema de GPS, que fazia a vinculação.
Agora, a empresa está tratando as imagens e retirando a identificação de pessoas que tenham sido fotografadas. Depois dessa etapa, o serviço será finalmente disponibilizado aos paulistanos, que poderão ver a cidade em três dimensões.
A primeira cidade brasileira a receber os carros do Stret View foi Belo Horizonte (MG). Depois, os veículos chegaram a São Paulo e Rio de Janeiro, simultaneamente. Mas a empresa promete alcançar outras localidades com o recurso, assim como em outros países.
Nos Estados Unidos, onde fica a sede do Google, o Street View tem imagens de quase todas as cidades. A Europa também tem quase toda a área coberta pelo Google, que está presente em cerca de 30 países.
Polêmicas
Apesar da eficiência atestada pela companhia, o Street View também trouxe à tona a questão da privacidade das pessoas, que não dão autorização alguma pela exibição própria, ou do carro, da casa etc. Esse é o principal contratempo a que o Google se submeteu.
Em sua "casa", os EUA, a empresa foi processada por um casal fotografado e que tiveram suas imagens exibidas no Street View. O processo, arquivado pela Justiça, renderia US$ 25 mil aos dois.
A Alemanha também mirou o serviço, que está sendo investigado pela coleta ilegal de dados e, na Espanha, autoridades pediram abertura de investigação pelo mesmo motivo. Outros países, como Itália e França, também podem seguir esse caminho, e na Grécia o Google já foi proibido de fazer a coleta de fotos.
A intimidade também motivou o Japão a exigir que o Google diminuísse a altura dos equipamentos dos carros para alterar o modo de captação. Como grande parte da população daquele país mora em casas com muros baixos, surgiram várias reclamações sobre invasão de privacidade.
A "falta de liberdade individual" motivou Israel, Nova Zelândia e mais sete nações a enviarem carta coletiva ao Google pedido explicações. As respostas da empresa foram feitas de maneira vaga, de acordo com o jornal Estado de S.Paulo.
Mais as reclamações mais preocupantes vieram do Pentágono e da Inglaterra, que temem o uso do serviço por terroristas em missões contra prédios públicos. O primeiro determinou a retirada de suas construções do site, já os ingleses pediram à empresa que não mostre bases militares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário