Quando falamos em marketing digital, temos que nos concentrar primeiro no nosso público-alvo, nosso cliente, nosso consumidor. Sem entender sua mente, não há como criar uma campanha ou um planejamento que funcione. O marketing serve para comunicar nossos produtos e serviços para o consumidor, não para a empresa. Parece óbvio, mas muitas empresas criam campanhas que parecem servir somente para agradar aos donos do negócio, ou para concorrer a prêmios em Cannes.
No primeiro capítulo do livro A Bíblia do Marketing Digital, fala sobre o consumidor online, seu perfil e seu comportamento. Uma das questões que levanto é a seguinte afirmação:
"o consumidor, quando está conectado à Internet, tem basicamente três desejos, três necessidades, que são como um farol-guia e nos ajudam a entender seu comportamento. Essas três necessidades, criadas e satisfeitas pelo próprio consumidor, são: informação, diversão e relacionamento."
Recentemente a E-Life e a Press Porter Novell publicaram uma pesquisa sobre comportamento do consumidor on-line que reforça esta afirmação ao dizer que
"os principais motivos que levam os usuários a acessar essas ferramentas e as tornar as mais usadas na rede são: manter-se atualizado (Twitter), manter-se próximo à sua rede social (Orkut), busca por passatempo e informações sobre lazer e entretenimento (YouTube) e divulgar o próprio conteúdo e busca de informações e notícias (blogs)."
Tenho visto este resultado em muitas pesquisas publicadas recentemente, e acho essencial o entendimento destas três necessidades do consumidor on-line para a elaboração do planejamento de marketing digital ou para a definição de ações em campanhas de publicidade on-line.
O que vim fazer aqui
Em primeiro lugar, pense que, como acontece com o cinema em relação à televisão, o consumidor não está na Internet para fazer "a mesma coisa" que fazia em outra mídia. Lógico que ele pode também assistir a um programa de televisão ou ler um jornal por meio de seu navegador, mas mesmo assim ele está em outro ambiente, como acontece quando vamos ao cinema e nos comportamos de modo diferente de quando estamos assistindo ao mesmo filme na televisão.
Em segundo lugar, é necessário lembrar o que o consumidor está fazendo conectado junto a seu computador. Como já vimos, o consumidor moldou a Internet para atender a seus interesses. Basicamente, o consumidor criou um novo ambiente, que supre as deficiências e lacunas de outros meios.
Vou repetir o que já falei acima: o consumidor, quando está conectado à Internet, tem basicamente três desejos, três necessidades, que são como um farol-guia e nos ajudam a entender seu comportamento. Essas três necessidades são: informação, diversão e relacionamento.
O consumidor busca informação
Na busca por informação, o consumidor sabe, por experiência, que a Internet é uma grande fonte de informações e que as ferramentas de busca são a porta de entrada para encontrá-las. Assim, toda vez que necessita de uma informação, elabora uma pergunta, na forma de um conjunto de palavras, e por meio de uma ferramenta de busca faz a pesquisa e utiliza os resultados para se informar e instruir.
Com o tempo essa busca leva ao reconhecimento de lugares úteis, que transcendem as ferramentas de busca e que atendem a interesses específicos. É o caso da Wikipedia, uma grande enciclopédia colaborativa, com uma infinidade de verbetes em diversos idiomas. Outro exemplo é o Babylon, uma ferramenta de tradução muito utilizada, que possibilita a tradução de conteúdo de vários idiomas, por meio de palavras ou frase inteiras.
Esses ambientes criam fãs e, com o tempo, um grande volume de consumidores associa o site a um nicho de informação específica, como:
Wikipedia = Enciclopédia; e
Babylon = Dicionário.
O consumidor quer diversão
Na busca por diversão, o consumidor busca jogos on-line, sites de piadas e charges, sites de vídeos e animações, além de dezenas de outras opções de diversão on-line. No tema diversão, o boca-a-boca parece ser o meio mais eficiente de divulgação, e a qualidade do ambiente criado, um fator fundamental para a fidelidade dos consumidores.
Sites como charges.com.br, ojogos.com.br, Club Penguin e uma infinidade de jogos de diferentes estilos criam verdadeiras tribos de fãs. A diversão é, sem dúvida, um dos pilares que sustenta a entrada de novos usuários na Internet.
O consumidor estabelece relacionamentos
Na busca por relacionamento, o consumidor busca dois tipos de atividades: a comunicação instantânea e as redes sociais. O MSN e o Orkut são, no Brasil, os exemplos mais claros e amplamente utilizados dessas duas modalidades.
A comunicação instantânea é um fenômeno muito forte, em especial nas novas gerações, que utilizam o MSN, o Skype e o Google Talk como as gerações anteriores usavam o telefone. O e-mail perde cada vez mais espaço, e as funcionalidades integradas, como e-mail, mensagens instantâneas, vídeo e voz, representam uma tendência consolidada.
As redes sociais consistem em um fenômeno e, junto com os blogs e outros sites colaborativos, criam as chamadas mídias sociais. Elas integram perfis e comunidades, criando para o consumidor uma agradável sensação de proximidade com todos. Formam um fenômeno em constante ascensão e, por serem colaborativas em essência, estão em constante transformação.
Pense primeiro no consumidor, depois no marketing digital
Como disse, parece óbvio, mas as empresas não tem agido assim. Seja qual for sua estratégia de marketing digital, entenda primeiro o consumidor, pense nas pessoas, e depois defina as estratégias ou ações. Antes de criar qualquer ação se pergunte : "Qual o perfil do meu público-alvo?". Se você não tem esta resposta na ponta da língua, pesquise, se informe, trabalhe até conseguir entender claramente quem é o seu cliente on-line.
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