Fim dos rumores. O Facebook entregou à comissão norte-americana de valores mobiliários os documentos para o processo de abertura de capital (IPO).
A abertura deve acontecer em maio.
A curto prazo, o IPO não mudará quase nada para os usuários. O Facebook continuará servindo com a sua proposta – ser um poderoso utilitário de comunicação para os usuários finais e uma segmentada base de dados para as empresas.
No entanto, num prazo maior mudanças podem ocorrer. Na realidade, algumas começaram antes mesmo do processo do IPO.
A nova linha do tempo, por exemplo, foi feita para que as pessoas passem mais tempo na plataforma de rede social.
A estrutura da empresa fatalmente mudará. A diretoria do Facebook terá que responder a mais stakeholders, acionistas e interessados, o que, por sua vez, levará a inevitáveis mudanças na forma de se tomar algumas decisões.
Os maiores efeitos prometem se dar no plano interno e no mercado.
Os primeiros investidores do Facebook, como Peter Thiel (PayPal) e Sean Parker (Napster), sairão bem da jogada. Porém, funcionários mais antigos também não ficarão de fora.
Bem provável que mude o quadro de funcionários do Facebook. A plataforma de rede social atrairá novos tipos. E os mais ligados à cultura de empreendedorismo certamente sairão do Facebook e pegarão o seu dinheiro resultante do IPO para fundar as suas próprias empresas.
Não será nenhuma surpresa se começarem a surgir startups formadas por ex-funcionários do Facebook. Neste sentido, o mercado de startups sai ganhando, o retorno de vários funcionários ao mercado trará novas ideias ao segmento.
Com a Google não foi diferente. Cem dos 300 primeiros funcionários saíram da empresa. Em 2004, após o IPO da empresa de busca, houve um boom de startups fundadas por ex-funcionários.
Por outro lado, esse processo pode gerar um problema pós-IPO bastante comum – a médio prazo a empresa perder a sua cultura e seus valores originais que tanto a impulsionaram. A saída de funcionários mais empreendedores e antigos ajuda nesse processo, pois muitos carregam e alimentam justamente esses valores.
No livro Google Employee Number 59, Douglas Edwards, um dos primeiros funcionários da empresa de busca, sublinha que, internamente, um dos maiores impactos do IPO foi a Google ter progressivamente se tornado uma empresa mais burocrática e hierarquizada.
Para não perder a cultura colaborativa que manteve a empresa em evidência por tanto tempo, a Google chegou a criar, após o IPO, o cargo de chief culture officer.
Outra questão é como o Facebook investirá o dinheiro resultante da abertura de capital. É necessário foco.
Muito se fala que a falta de foco na Google nos últimos tempos ainda é resquício de um efeito pós-IPO.
Você fica com muito dinheiro na mão e pensando onde vai investi-lo.
Para o Facebook, é bem provável que venham fusões e aquisições pela frente.
A previsão agora é que, depois do Facebook, o Twitter seja a próxima empresa de internet a estrear na bolsa.
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