O Google revolucionou o modo como as pessoas têm acesso a informação. Agora, quer transformar o acesso ao entretenimento, por meio da Google TV, nova tecnologia que combina internet e TV tradicional. Com ela, telespectadores poderão assistir a programas e filmes sem precisar de emissoras. Usuários terão que comprar um aparelho específico, com software do Google, para se conectar à rede e teclado com os comandos; iPhones ou celulares com Android também poderão ser usados.
A ideia de o Google se aventurar na TV assusta a muitos em Hollywood, que teme que o Vale do Silício prejudique à indústria do entretenimento, assim como a internet revolucionou as indústrias da música e dos jornais. Para os executivos, a Google TV pode fazer com que os consumidores deixem de pagar assinaturas dos canais a cabo e satélite para assistir a vídeos gratuitos via internet. Já outros acreditam que o aparelho estimulará a pirataria, pois o Google se recusa a bloquear o acesso a filmes e programas baixados ilegalmente.
O mais grave, no entanto, é que o Google não sabe ainda como lucrará com a iniciativa e se compensará os estúdios e redes pelo conteúdo. "Se você não controlar o sinal, não pode ter seus próprios anúncios. E isso destrói o modelo de negócios", diz Harold Vogel, presidente da empresa de investimento em mídia Vogel Capital Management.
Vantagens para todos
O Google, por sua vez, acredita que as redes de TV e estúdios podem usar a capacidade de armazenamento sem limites da web para tornar disponíveis seus arquivos de programas sempre que alguém quiser assistir a um episódio antigo de uma série ou um filme clássico. "Queremos usar a internet para mudar a experiência da televisão. Não há nenhum plano secreto. Não estamos desenhando um foguete que vai para a Lua. Estamos colocando um software em uma TV para permitir uma série de opções que os estúdios e redes de TV já oferecem, mas de uma outra maneira", explica Vincent Dureau, chefe de tecnologia de TV do Google.
Na opinião de Barton Crockett, analista de mídia do Lazard Capital Markets, o vídeo via internet na TV será o maior acontecimento na sala de estar desde o advento dos gravadores digitais. Dentro de cinco anos, as TVs com aparelhos que conectam à web serão comuns. "Entendo ter medo do Google. Eles são grandes, inteligentes e poderosos. Mas também representam o futuro", avalia. Informações de Dawn C. Chmielewski e Jessica Guynn [Los Angeles Times, 17/8/10].
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