Programas que tinham status absoluto em termos de audiência começam a sentir os efeitos do novo momento. O Fantástico, por exemplo, é um dos que chamou atenção. No último domingo (25/10), a revista eletrônica da TV Globo despencou ao patamar de 18 pontos, pior audiência em seus 36 anos. Em 10 anos, 30% de audiência se foi.
Para os canais de TV, surge então o problema de como atrair o público, não só os jovens, frente às tecnologias disponíveis atualmente. Novas ferramentas e serviços estão ocupando espaço ou podem ser mais uma opção para trazer mais audiência?
José Wilson Fonseca, diretor geral da MTV, acredita que as novidades vieram para ficar e as mídias podem se somar. “Cada vez mais o celular e a internet passam a fazer parte da vida das pessoas, especialmente dos jovens. A audiência que assiste TV também mantém um relacionamento intenso com essas tecnologias”.
Convergência das mídias
Fonseca lembra ainda que as emissoras precisam entender o novo momento pensar em novas estratégias para atrair os telespectadores. Segundo ele, o Portal MTV tem uma audiência de 100 mil unique vistors por dia, cerca de 2 milhões por mês e o setor de Mobile já enviou mais de 10 milhões de mensagens de texto. No total, as duas mídias crescem cerca de 10% a 15% por mês.
Grande parte dessas pessoas é adepta ao “fazer várias coisas ao mesmo tempo” e isso pode ser uma forma de chamar sua atenção para a própria emissora. A interação com a programação e as novidades são formas de ser notado por um público cada vez mais exigente. Segundo Analu, fazer várias atividades em conjunto é possível. “Eu consigo ver TV, ouvir música e usar o computador.
Para mim não tem problema, não me atrapalha”, afirma. O primeiro passo para que as redes de televisão recuperem o tempo perdido é reconhecer que existe um universo digital, juntamente com a TV.
O pensamento digital deve ser um princípio a ser seguido. Outra medida é assumir que a audiência está interessada em outras redes e procurar integrar-se a elas. “As emissoras precisam entender e mudar sua estratégia para esse novo momento. É preciso observar a reação das pessoas. É um mundo novo, muito interessante, muito rico e com várias possibilidades”, finaliza Fonseca.
Público
“Ultimamente eu uso mais internet do que assisto TV. Tenho um monte de coisas pra fazer, vejo email, entro no Orkut, tem o MSN também. Aí acabo ficando direto na internet. E na televisão não tem muita coisa boa pra ver também”, afirma Analu Tessari, 20, estudante. Esse pensamento evidencia a força da internet nos dias de hoje e como a TV deixou de ser tão atrativa como era antes.
Entretanto, o tema reserva discussões. Para Luciana Almeida, 29, professora, a televisão ainda é importante. “Eu ainda assisto mais TV do que internet. Fico cansada de ficar em frente ao PC toda hora. Mas, com certeza venho aumentando cada vez mais meu tempo no computador”.
O grande desafio das emissoras é trazer o público em geral, além dos jovens, de volta para sua programação.
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