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A maior campanha de marketing político da história ainda ecoa e intriga. Nove meses depois de Barack Obama assumir a presidência dos EUA, os especialistas que criaram e desenvolveram a ação bem-sucedida chegam a São Paulo para contar em detalhes como tudo aconteceu no planejamento que culminou com a vitória do primeiro presidente negro daquele país.
“O Efeito Obama” é o nome do evento, promovido pela George Washington Universisty, que acontece nesta quinta e sexta-feira na capital paulista. A palestra mais esperada do dia foi a de Ben Self, sócio da Blue State Digital, agência que comandou toda a operação.
Um público restrito, formado por políticos, profissionais de propaganda e tecnologia se reuniu para aprender com o fenômeno Obama e estudar possibilidades de implantação da fórmula no Brasil, a um ano das Eleições Presidenciais. Ben não desapontou. “Gostei da palestra e atendeu minhas expectativas. Ben e sua agência conhecem como poucos as redes sociais e o poder que elas têm na comunicação”, disse Marcelo Branco, organizador da Campus Party Brasil, maior feira de internet do mundo.
As variadas formas inovadoras de envolver plataforma online e tradicional na comunicação política deram o tom da apresentação. Tecnologia, estratégia e design são as características apontadas como essenciais para o sucesso de uma campanha digital. Self reforçou a importância da internet e redes sociais características fundamentais para o sucesso de uma campanha que inovou e arrecadou US$ 500 milhões em doações, ajuda financeira para bancar todo o desenvolvimento do projeto. Nos EUA, o voto não é obrigatório. Portanto, o esforço se voltou para angariar eleitores.
Apesar de todo o sucesso, o profissional refutou o rótulo "salvador" da campanha presidencial. Dividiu o mérito com a integração às mídias tradicionais, não apenas a aposta no ambiente digital. Self deixou claro que “tecnologia não ganha uma eleição presidencial”. Para ele, deve haver um misto de estratégia, carisma e qualidade do candidato, que, somados ao pensamento criativo e elaborado, surtem os efeitos esperados.
O palestrante comentou a série de iniciativas tomadas com o intuito de fomentar o voluntariado e construir uma rede favorável ao até então candidato. A internet teve papel fundamental no planejamento. Ferramentas como Twitter, blogs, sites de vídeos e até jantares para aproximar eleitores e Obama foram realizados. O resultado foi significativo: garantiu a popularidade tão necessária.
Ben no PT?
Self tentou evitar, mas foi questionado sobre o suposto contrato fechado com o PT – Partido dos Trabalhadores – para assumir a campanha digital de Dilma Roussef, candidata do Partido à presidência. A resposta não foi esclarecedora: o palestrante desconversou e disse não há nada de oficial na informação.
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