Chamada de "Obama for América", a campanha inovou ao utilizar as redes sociais e o Mobile Marketing como plataformas de propaganda política. Segundo Goodstein, foram dois anos de trabalho até a vitória do político nas eleições presidenciais americanas de 2008. O marqueteiro destaca que o principal motivo para investir nas novas mídias foi o contínuo declínio dos jornais impressos e da Televisão. "Nós tinhamos duas escolhas: podíamos abraçar a mudança ou ignorá-la", e completou, "nós optamos por arriscar e deu certo".
Na internet, facebook, myspace, Youtube e Hulu foram algumas das redes sociais usadas para divulgar os projetos de Obama e incentivar os americanos a votarem (Nos EUA votar não é obrigatório por lei). Mas, a rede de microblogs Twitter foi a que mais ganhou força, como explica Goodstein : "O twitter é muito poderoso e rápido. Durante os discursos do Obama, postávamos o conteúdo em tempo real e as pessoas não precisavam nem esperar o telejornal pra se informarem".
As redes sociais também permitiram que a campanha pudesse focar em públicos específicos, especialmente afro-americanos e latinos, que possuem seus próprios grupos na internet, como exemplo, Goodstein citou os sites BlackPlanet e Migente.
Já o investimento em Mobile Marketing, segundo o estrategista é algo "óbvio", já que 80% dos americanos possuem um aparelho celular. A equipe de campanha criou uma série de ferramentas para a plataforma móvel, entre elas: feeds de notícias, wallpaper, compartilhamento de fotos e vídeos, etc.
Outro ponto destacado por ele é a interação do público. "No Youtube há centenas de vídeos do Obama que foram postados pelo público e não pela equipe da campanha." Um dos vídeos mais vistos foi o "Yes We Can", do cantor Will. i. am, que teve participação importante nas decisões dos leitores.
Porém, apesar de todos os benefícios que esse novo tipo de campanha pode trazer, Goodstein ressalta: "Ferramentas não ganham eleições, mas sim pessoas".
Eleições no Brasil
A palestra de Scott Goodstein pode servir de exemplo para muitos políticos brasileiros. Recentemente, o texto da reforma eleitoral foi aprovado pelo Senado, confirmando o papel da internet nas eleições: " é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores - internet - assegurando o direito de resposta".
Também foi aprovada uma emenda à lei eleitoral que permite que os candidatos mantenham seus sites de campanha até dois dias antes das eleições. Depois, os sites podem permanecer no ar por mais 24 horas. Atualmente, os candidatos não podem fazer propaganda eleitoral 48 horas antes do pleito e 24 horas depois. Mas agora, campanhas em sites pessoais estão liberadas durante esse período.
Uma emenda sobre as regras para debates no rádio, televisão e internet, de autoria do senador Renato Casagrande (PSB-ES) foi rejeitada, pois ela repetia o texto-base da reforma já aprovada.
Com o novo texto, as emissoras terão que assegurar a presença de pelo menos dois terços dos candidatos nos debates. A reforma também obriga somente a presença de candidatos filiados a partidos que possuam, pelo menos, dez representantes na Câmara dos Deputados.
O presidente Lula também já entrou na onda das novas mídias e recentemente lançou o "Blog do Planalto", que tem como objetivo aproximar os internautas ao cotidiano do governo.
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