Desde o surgimento do ser humano, temos desenvolvido diversos meios para nos expressarmos. Antes mesmo da escrita, as pinturas rupestres já eram uma forma nítida de comunicação dos nossos antepassados. Com o uso da técnica, o homem foi cada vez mais abrindo novos caminhos, desenvolvendo novas tecnologias e ampliando os meios que possibilitassem a troca de informações com os demais indivíduos.
Eis que no fim do século XX um fenômeno marcante atinge a sociedade em escala global. Eclode a revolução digital e uma nova era causa transformações significativas nas formas de comunicação entre as pessoas. Passamos a viver a Era da Informação!
Nos últimos 30 anos, assistimos a um desenvolvimento tecnológico contínuo e acelerado. Nesta nova fase da humanidade, fortemente marcada pelos fluxos de informações, surgem as inovações que emergem da convergência entre tecnologia e comunicação. Neste âmbito, passamos a utilizar das chamadas mídias sociais, ferramentas que nos colocam em contato com pessoas em todo o mundo e de uma só vez. A comunicação digital, antes restrita a poucos de forma unilateral, passa a ser irrestrita, uma via de duas mãos, ou melhor, um tráfego intenso, de muitas mãos.
Muitas pessoas confundem o termo “mídias sociais” com “redes sociais”. Primeiro, vamos separar o joio do trigo. As mídias sociais são os veículos que fazem a informação circular. Já as redes sociais são as conexões formadas entre as pessoas. A ascensão das novas mídias trouxe à tona novas formas das pessoas se relacionarem e também garantiu oportunidades inéditas para troca de ideias e compartilhamento de informações.
Tais vantagens, interligadas ao fenômeno da interatividade social, são fundamentais para o uso e busca de meios e equipamentos que possibilitem rapidez e agilidade, além de qualidade das conexões na atual sociedade da informação. Este novo panorama reflete, obviamente, nas tendências de mercado, posturas comportamentais e criam um padrão cultural inédito.
Prova disso é o estudo divulgado recentemente pela a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): o número de celulares no País é maior do que o de pessoas que vivem aqui. O Brasil possui 194.439 milhões de aparelhos contra 185,7 milhões de habitantes.
Não apenas o mercado de celulares, mas também outros aparelhos tecnológicos, voltados às mídias sociais, tiveram um volume estupendo no consumo. Uma pesquisa do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgado neste ano pelo IBGE, mostrou que, de 2004 a 2009, o número de casas que possuem computadores mais que dobrou: de 16,3% para 34,7%. Até 2009, das residências possuíam aparelhos de DVD. Além deles, televisores de alta tecnologia, aparelhos IPod, MP4 e IPhone, smartphones, notebooks e videogames também são produtos de demanda crescente pela população.
O dado demonstra a busca do público consumidor pelos produtos que garantam uma circulação maior e mais fácil de informações, pois, com os novos equipamentos tecnológicos de comunicação (que possibilitam o acesso à Internet) as pessoas podem se comunicar a longas distâncias, descobrirem interesses comuns e também compartilharem todo tipo de informação, dados, imagens, vídeos ou músicas. Com a demanda, o custo das comunicações está cada vez mais baixo.
Soma-se a tudo isso o desenvolvimento de tecnologias móveis e reduzidas (nanotecnologias) e de design sofisticado. As pessoas procuram atualmente produtos que agreguem tecnologia, informação, oportunidade, inovação e facilidade de utilização.
Por outro lado, no aspecto comportamental, ao usar as mídias sociais, as pessoas ainda não aprenderam a dissociar os ambientes profissional do pessoal. Hoje há uma miscelânea de informações lançadas a esmo na rede. É como se vivêssemos na utopia prevista por George Orwell, em “1984”. O “grande irmão” está à espreita em todos os lugares. A informação digital desconsidera as variáveis espaço e tempo. Tudo é instantâneo. Todos estão conectados com todo mundo. Aí é que mora o perigo! Quem quer privacidade, tem que se isolar das redes e das mídias sociais. É fenomenal e assustador ao mesmo tempo!
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